Um exame realizado pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) concluiu que uma ossada, encontrada em uma região de mata, em dezembro do ano passado, é do jovem Antônio Marcos da Silva Costa, conhecido como 'Marcão', de 23 anos, que desapareceu no Município de Camocim após uma abordagem da Polícia Militar do Ceará (PMCE), em agosto último. A Justiça Estadual decretou a prisão preventiva de 8 PMs envolvidos no caso, no mês de setembro.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou, em nota, que "a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) emitiu, em 12 de janeiro de 2024, o laudo pericial com análise dos vestígios referentes a uma morte suspeita, de um homem de 23 anos".
Conforme a SSPDS, a Pefoce concluiu que a ossada era de 'Marcão' após realizar a coleta de material genético da vítima e cadastrar o perfil no Banco Nacional de Perfis Genéticos. "Ao cruzar os dados com o perfil genético da mãe, também cadastrado, comprovou-se que o corpo era do filho biológico da mulher", informou.
O documento foi enviado à Polícia Militar do Ceará e à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), que investigam o caso.
PRISÃO DOS POLICIAIS MILITARES
A Justiça do Ceará decretou a prisão preventiva de oito policiais lotados no Batalhão Especializado em Policiamento do Interior (BEPI), investigados por tortura, em setembro do ano passado.
São eles: o sargento Cristiano Oliveira Sousa; o cabo Demairton Cipriano Silva; e os soldados Samuel Santiago de Lima, José Márcio Carneiro Almada, Eduardo Florêncio da Silva, Wellington Xavier de Farias, José Márcio Barroso da Silva Júnior e Josinaldo Ferreira Barbosa Monteiro. A reportagem não localizou as defesas dos investigados.
Antônio Marcos da Silva Costa desapareceu no dia 27 de agosto de 2023, após uma abordagem policial na Praia do Maceió, em Camocim. Ele teria se recusado a entregar o aparelho celular aos PMs e foi agredido pelos agentes de segurança, segundo testemunhas.
Dois amigos de 'Marcão' também foram levados pelos policiais, mas foram liberados na madrugada seguinte. O corpo de Antônio Marcos demorou cerca de quatro meses para ser localizado. (DN)