Acuado e prestes a ser afastado do cargo, Prefeito de Milhã, Alan Macêdo, estaria tentando jogar a opinião pública contra opositores seus num explicito plano que teria como foco principal tirar o foco do suposto escândalo de corrupção investigado pela Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (PROCAP). O gestor, assessores e empresários investigados pela Operação “Facciata” temem pelo aprofundamento das investigações, que pode resultar no afastamento dos agentes dos seus respectivos cargos e até a prisão dos envolvidos.
Numa tentativa de tentar ‘tapar o sol com a peneira’, a gestão divulgou nota relatando que a decisão da Justiça de suspender contratos de empresas investigadas com a Prefeitura estariam prejudicando o bom andamento de setores importantes, como o transporte escolar e setor da saúde.
Na verdade, a Justiça determinou a suspensão por 180 dias dos contratos da Prefeitura com as empresas que estão sendo investigadas por supostamente fazer parte de uma organização criminosa que teria como principal objetivo o desvio do dinheiro pertencente ao povo de Milhã. A Prefeitura pode sim ter o andamento normal, desde que realize licitação com empresas que não façam parte de falcatruas. “Essa desculpa do pessoal da Prefeitura é uma tentativa de fazer a gente de besta. A PROCAP é um órgão sério e se a Justiça mandou suspender é porquê deve ter muita coisa errada ai”, relatou uma agricultora que pediu para não identificada.
SAIBA COMO FOI
Na semana passada, em um escândalo que abalou a pacata cidade de Milhã, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) com o apoio da Polícia Civil cumpriu dez mandados de busca e apreensão contra o prefeito da cidade, Luiz Alan Macêdo (PSB), o controlador-geral do município, Paulo Isaac Pinheiro e empresários locais. Segundo o que foi divulgado pela imprensa estadual, todos eles suspeitos de corrupção. Ação, batizada de "Facciata", teve como alvo endereços localizados nas cidades de Fortaleza e Iguatu. A operação ocorreu após investigações da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) apontarem irregularidades em contratos firmados pela Prefeitura de Milhã e empresas de locação de veículos, limpeza pública e fornecimento de combustíveis.
Com o que seria ‘fortes indícios’ de irregularidades, a Justiça determinou a suspensão de contratos do Município com as empresas envolvidas pelos próximos seis meses. A Justiça autorizou ainda a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos para aprofundar as investigações. O MPCE, “em razão dos achados”, os suspeitos agora podem responder pelos possíveis crimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A escolha do nome da operação "Facciata", é uma referência ao termo "fachada", em italiano. Isso porque as empresas envolvidas na coleta de resíduos e locação de veículos utilizavam de "laranjas" para prestar os serviços contratados.
AFASTAMENTO DO PREFEITO
Advogados experientes e que vêm há anos acompanhando o bom trabalho da PROCAP, acreditam que os ‘achados’ durante a operação devem resultar, nos próximos dias, no afastamento chefe do Executivo local e outros agentes. A possibilidade de prisão dos envolvidos não está descartada.